quarta-feira, 10 de junho de 2009

Etapa 8

Depois de uma retemperadora noite de descanso no Albergue apontamos a saída para as 07:00 e procuramos o café mais proximo para tomar o pequeno almoço.
O albergue de Astorga foi sem duvida o melhor que pernoitamos até agora. Desde a fantástica recepção que tivemos, com direito a um chá bem quentinho à chegada, às boas condições do mesmo, com diversos pisos para dormir, enormes e seguros espaços para as bicicletas. O pessoal do albergue mostrou-se sempre muito simpatico e sempre disponivel. Recomendamos vivamente.
Quanto à etapa propriamente dita, sabiamos que iria ser uma das mais dificeis e ao mesmo tempo emotiva. Era chegado o dia da subida à Cruz de Ferro. Estavamos ansiosos e tinhamos as nossas pedras preparadas.
Mal saimos de Astorga, começamos logo a subir lentamente por Ruinas de Rechibaldo e Sta Catalina de Somoza. Ao km 29 a subida inclinou mais um pouco com a passagem por El Ganso. Apartir daqui foram 6km de pura alta montanha que nos levou ao momento mais aguardado. Curva após curva tentavamos encontrà-la...e de repente, ali estava ela! Imponente e fabulosa. Uma torre com 3m de altura, com uma cruz de ferro bem lá no alto.
Bastava olhar a sua base para as lágrimas brotarem de emoção. Dezenas e dezenas de pedras deixadas pelos vários peregrinos que por ali passaram. Umas decoradas, outras escritas por cima, recordações de entes queridos, ou mesmo peças de vestuário lá deixadas. Tudo serve para deixar a nossa marca. E assim também nós o fizemos. Colocamos as nossas pedras e o momento foi único.
Era o mais aguardado e tinhamos cumprido um objectivo.
Enquanto tiravamos umas fotos, chegaram os nossos amigos espanhóis Nacho e Alberto. Mais umas fotos em grupo e toca a descer pelo asfalto que a chuva começava a cair intensamente.
A velocidade da descida foi muito lenta devido às más condições meteorológicas com vento, chuva e nevoeiro.
Uma descida de 15km que nos levou a Ponferrada. Aqui tivemos um momento decisivo. O atrelado da Merida estava a ceder cada vez mais e a opção poderia passar por enviá-lo para Portugal mais cedo. Contactamos uma empresa de transportes internacionais e já tinhamos quase tudo preparado. O azar (ou sorte) foi que estava fechada para almoço, e decidimos arriscar e continuar a viagem. Aperto daqui aperto dali e seguimos caminho para Villafranca Del Bierzo. Foram 23km mais ou menos planos e como ainda tinhamos tempo e algumas pernas, fomos seguindo até Trabadelo. Queriamos chegar o mais proximo possivel do ponto alto da etapa de amanhã, o Cebrero.
No final, ainda houve tempo para mais um susto. Um furo lento que provocou duas paragens para encher a câmara da Merida, de forma a só susbtitui-la quando chegassemos ao albergue., situaçao que aconteceu por volta das 18:45.
Mais um dia em grande e outro que se avizinha amanhã.
Hajam forças.
Registo da etapa: 96km; 11h15m; 13,6km/h; 1200m acumulado

1 comentário:

  1. Até amanhã peregrinos!

    Parabéns que só faltam "meia duzia" de pedaladas.

    Aquele abraço de orgulho e emoção - Rm

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